Simplicidade é tudo

Li esta matéria indicada por um amigo do trabalho que acho que é o único que pensa muito parecido comigo no meio dessa fauna que é o meu escritório. E fiquei abismada ao perceber que eu sou naturalmente e intuitivamente uma minimalista. Nunca fui consumista, nunca gastei meu dinheiro com bobagens. E sempre condenei quem fica entupindo o armário de roupas da moda ou quem fica comprando mil presentes para as pessoas o tempo todo. Eu tenho uma amiga aqui no trabalho que reserva uma quantia mensal para gastar com presentes (?????????). O que eu tenho de roupa no armário vai durar pelo menos uns 20 anos, sapatos idem. Não vou entrar nessa loucura de ter que usar roupas da moda e tal. Eu sempre doei aquilo que não quero mais e sempre renovei algumas peças também através de doação.
Além dessa questão do consumo de roupas e sapatos, os minimalista também defendem uma casa com menos tralhas. Esta é uma questão que sempre me incomodou. Uma vez ao ano eu faço uma limpeza geral na casa e procuro me livrar do desnecessário. Não consigo chegar ao ponto de ficar sem móveis e sem meus livros. Não quero radicalizar. Mas essa limpeza do "lixo" é sim essencial para qualquer pessoa.
Eu estou no momento de descobrir o que é importante de verdade para mim, de tentar me livrar das "obrigações" desnecessárias - aquilo que a gente se impõe porque acha que tem que fazer para ser feliz. Eu fico mais tempo em casa, cozinhando, bordando e lendo. E quando saio é para dar longas caminhadas para observar o mundo a minha volta. Tento voltar a pé para casa depois do trabalho pelo menos uma vez por semana. E voltei a fazer terapia e yoga - atividades que eu tinha eliminado da vida. Mas o mais importante que eu estou fazendo por mim mesma é dar pouca ou nenhuma importância para os estresses do trabalho. Eu, no fundo, acho tudo uma grande bobagem e tenho cada vez mais certeza de que não acredito em nada do que faço. Trabalho só para poder ser feliz nas horas vagas. E isso será por tempo determinado. Estou poupando meu dinheiro para ter uma vida mais interessante em um futuro próximo. Pode ser um trabalho que pague muito menos e que tenha muito menos status - desde que eu goste e acredite nele.
De certa forma eu fiquei aliviada ao descobrir que eu não sou a única no mundo que olha para essa loucura toda e tem certeza absoluta de que as pessoas levam vidas equivocadas. Eu ainda levo uma vida equivocada. Mas já tenho consciência disso e agora me planejo para ter uma vida mais simples e portanto mais plena e feliz.

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