Descobri ontem o blog Notas sobre uma escolha e fiquei fascinada. Tenho muito admiração por pessoas aventureiras, talvez porque eu desejo muito ser uma delas, mas luto o tempo todo comigo mesma para tentar me livrar de minhas próprias amarras. O fato é que eu sou apegada. E muito. Mas tenho trabalhado muito isso em mim. Não que eu seja apegada a coisas materiais, longe disso. Eu tento levar uma vida com muita simplicidade, com muito menos consumo que a grande maioria das pessoas. Não ligo muito para roupas novas, estou sempre reciclando, nem para itens de decoração, também estou sempre usando a imaginação. Quase eliminei o consumo de comida industrializada - vinho, cerveja, iogurte, manteiga, embutidos não consigo abrir mão. Itens como suco e leite de caixinha foram eliminados. Se não for natural, só abro exceção para o suco de uva integral e sem açúcar. Iogurte só o natural. Sabor falso não vale, né? Pão fresco direto da padaria sempre.
Enfim, meu apego é neste estilo de vida que a sociedade acredita ser o melhor: casa própria, um bom emprego em uma boa firma (ainda não descobri qual o significado desse "bom"), viagem de fim de ano, rotina cronometrada. Na verdade eu sei que estilo de vida é totalmente equivocado - pelo menos para mim é. O mundo está equivocado (a meu ver). Estamos valorizando o que não devia ser valorizado. E estamos deixando de lado aquilo que importa. E mais do que nunca acredito que é urgente e necessário um retorno à natureza. Parece (e é) papo de hippie mas eles estavam muito certos. Eu quase não olho o céu, não vejo o sol se pôr e muito menos nascer, não vejo o orvalho nas plantas, não sinto o cheiro de terra molhada. A minha vida é trânsito, horários e horários definidos, um emprego que paga bem mas é de uma chatice infinita, e muita repressão. Enfim despertar para tudo isso foi o início de um caminho melhor que estou traçando para a minha vida.
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