Todo dia ela faz tudo sempre igual


Eu ando de mal com a rotina, achando que ela é a culpada de todo o meu desgosto. Meus dias são todos muito parecidos e me remetem ao filme Feitiço de Tempo (ou no título original Dia da Marmota). Hora a hora meus dias são basicamente assim:
6h20: toca o despertador. Levanto, tomo banho, coloco a roupa, tomo meu remédio de gastrite, dou ração para o gato, separo o lanche para levar (mamão papaia todo santo dia), coloco sapato, me despeço do marido (encho ele de beijos enquanto ainda dorme), pego a bolsa e as chaves e vou-me embora para o ponto onde passa o fretado.
7h – 7h10: o fretado chega e todo dia é uma luta para encontrar um ser humano que abra um pouco a janela do ônibus. Sou claustrofóbica e fico muito aflita se estiver tudo fechado.
7h45 – 8h30: o tempo de viagem até a firma pode variar em até 45 minutos. O trânsito manda na vida da população que vive em São Paulo.
8h30: a esta hora eu espero já ter tomado o meu desjejum, fumado um cigarro e por fim iniciado as minhas atividades profissionais.
9h30: parada para comer uma fruta.
11h40: passo no banheiro e saio para almoçar. Não suporto almoçar com barulho e enfrentar longas filas no quilão. E gosto de voltar do almoço e encontrar o escritório vazio e poder navegar na internet com sossego e sem os olhos do chefe-bedel.
14 horas: de dentes escovados reinício as minhas atividades profissionais – que basicamente são responder e escrever mensagens, fazer reuniões e falar ao telefone.
15h30: hora da fruta II.
17 horas: hora de pegar a bolsa e correr para o ponto do fretado.
Às segundas eu vou direto para casa (adoro!), terça vou para a terapia, quartas e sextas vou para o Sesc Pompéia (dia de musculação, não curto, e yoga, que eu adoro!), quinta é dia livre - antigamente eu ia para o bar com as amigas, mas ultimamente eu quero a minha casa, meu gato, minhas plantas, minha cozinha. Gosto do sossego e da paz do meu cantinho.

Mas a rotina tem o seu valor. Descobri um blog bacana e vou reproduzir um trecho sobre isso:

Quando morava em São Paulo, tinha a sensação de que eu estava vivendo “o dia da marmota” e de que meus dias eram sempre iguais. Tudo o que eu queria era fugir da rotina. O que descobri, é que não era o fato de ter uma rotina que me incomodava e sim de ser obrigada a me adequar a um padrão que nos força a trabalhar das 9h as 18h. Essa falta de flexibilidade nos faz perder tempo no trânsito ou a ficar mais tempo no trabalho para fugir dele. Nos faz ficar em filas para almoçar, jantar ou ir ao cinema. Nos faz pagar mais caro por serviços que economizam nosso tempo, já que todo mundo também está livre nos mesmos horários que a gente e a lista é longa. A rotina quando definida de acordo com as nossas necessidades nos ajuda a ter foco, a realizar mais atividades em menos tempo já que evitamos horários de pico. Isso nos torna mais produtivos e no dá a sensação de que temos controle sobre os nossos dias e é isso que nos deixa mais felizes.

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